A vida real, e os mercados, lá, são muito mais complexos do que as dicotomias simplificadoras quase sempre nos querem fazer crer.
COVID19 acelerou muito a transição para o figital, o FÍsico habilitado e estendido pelo diGITal, orquestrados no espaco sociAL em tempo [quase] real. Mercados inteiros, instituições das mais diversas, pessoas de uma maneira geral estão numa TRANSIÇÃO do FÍSICO para o FIGITAL.
Mas no varejo, por exemplo, há empresas pensando que se tornar figital é só "abrir um e-commerce" como se fosse "mais uma loja”. Na educação tem muita gente pensando que é apenas disponibilizar "salas de aula online". A indústria ingenuamente acredita que chegou a hora da "indústria digitalizada, 4.0". É muito mais complexo do que isso, claro.
É preciso uma transformação cultural: uma mudança radical dos fundamentos de suporte aos processos de criação, entrega e captura de valor na organização, com uma parte significativa das bases analógicas [ou analógicas digitalizadas] sendo trocadas por plataformas digitais, em rede, de pessoas, que redefinem não só o negócio mas o mercado.
Este novo espaço-tempo, é uma grande parte dos novos normais e é exatamente sobre ele que trata esse documento. Boa leitura.
negócios e pessoas
É preciso entender contextos baseados em redes de pessoas, conectadas, participando de relacionamentos e interações. E no tratamento que o negócio tem que dar, em tal contexto, às interações, com redes internas e externas, para produzir significados e conhecimento.
Adaptar-se a redes de pessoas significa estar preparado para mudanças contínuas e [quase sempre] rápidas. Nos negócios em rede, nada está definitivamente pronto, tudo está preparado para mudar em resposta ao contexto.
Todos inventam, se reinventando, o tempo todo. Isso cria um tempo fluido, onde tudo evolui ao seu redor mesmo que você não faça nada para tal. Mesmo que você não mude, as pessoas se transformam; transformação acontece principalmente nas pessoas, talvez até provocada por outros negócios que não o seu, e com o tempo carrega consigo todos os negócios de um mercado, todo o mercado.
Todos os negócios, grandes e consolidados ou pequenos e em formação, precisam se adaptar, evoluir e –ao fim e ao cabo- se transformar para conviver, e sobreviver, em redes de pessoas. Porque negócios são abstrações: o que importa são as pessoas.
negócios e espaços
A passagem de físico para fígital tem um número grande de desafios. Um dos principais é como sair de uma arquitetura que promove camadas e silos para um desenho que incentive a formação de redes de pessoas, articuladas e orquestradas, de maneira equilibrada, que servem de base para a nova performance do negócio.
É importante perceber a relevância e urgência do espaço físico para a transição do analógico para o digital, e engajar pessoas e as ativar como agentes de inovação pode estar diretamente relacionado com a forma como dispomos os ambientes, nos negócios.
Os novos ambientes físicos vão interagir com o ecossistema de bits num mundo onde o espaço físico é expandido e estendido pelo digital.
Trata-se de um físico modificado, ampliado. O impacto do home office na arquitetura das casas ainda não foi percebido e nos escritórios, escolas, fábricas, a mudança será de uma ordem ainda maior. E as razões pelas quais os espaços físicos mudarão passa necessariamente pela mudança na cultura dos negócios.